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sábado, 14 de maio de 2011

O QUE É A FÉ?

O que muitos responderiam é o que a biblia diz, que: "A Fé é o firme fundamento de coisas que se esperam e a certeza daquilo que não se vê", em outra tradução diz: "A Fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem."
Mas vamos um pouco mais profundo nisso, a palavra Fé vem da palavra hebraica "Emunah"  e do grago "Pistis".
Geralmente, vemos a Fé como um tipo de conhecimento, como um tipo de ideia ou pensamento (por exemplo: tenho Fé que Deus existe). Todavia, em hebraico, emunah significa uma Fé expressa por uma ação, por uma atitude que denota firmeza e convicção.
Assim, ter Fé em Deus não significa somente reconhecer que Ele existe ou crer que Ele vai agir, mas agir com firmeza na busca de cumprir a vontade de Deus.
Abraão é o pai da Fé. O que entretanto, significa fé? A palavra hebraica para a Fé é emunah. A Fé hebraica difere-se "do conceito de Fé grego". No mundo ocidental a Fé significa tanto como: confiança, "considerar algo verdadeiro ". O significado da palavra Fé "no hebraico" vai muito além disso. E se Abraão é considerado o pai da Fé, temos que entender esta expressão em sua profundidade. Esta palavra aparece pela primeira vez em Êxodo 17 e ali aprendemos algo fundamental sobre a Fé e a maneira hebraica de pensar. Os Amalequitas haviam-se levantado para lutar contras os Israelitas. "Então Moisés disse a Josué: "Escolha alguns dos nossos homens e lute contra os amalequitas. Amanhã tomarei posição no alto da colina, com a vara de Deus em minhas mãos". Josué foi então lutar contra os amalequitas, conforme Moisés tinha ordenado. Moisés, Arão e Hur, porém, subiram ao alto da colina. Enquanto Moisés mantinha as mãos erguidas, os israelitas venciam; quando, porém, as abaixava, os amalequitas venciam. Quando as mãos de Moisés já estavam cansadas, eles pegaram uma pedra e a colocaram debaixo dele, para que nela se assentasse. Arão e Hur mantiveram erguidas as mãos de Moisés, um de cada lado, de modo que as mãos permaneceram firmes até o pôr-do-sol." (Êxodo 17, 9 - 12).
Na tradução inglesa é dito, que suas mãos permaneceram constantemente levantadas: "His handys were steady" oder "His hands remained steady" (Suas mão permaneceram permanentemente estáveis) Esta palavra "steady" é a palavra hebraica para Fé. Emanuah é a palavra hebraica para a Fé. O conceito de Fé hebraico emunah, engloba ao mesmo tempo firmeza, constância, estabilidade, lealdade e devoção. Moisés permaneceu estável até o pôr do sol. Fidelidade na Fé na compreensão hebraica significa perfeito, altamente confiável, posicionado absolutamente na Fé. Significa estar convicto e perseverante, permanecer cheio de determinação. Podemos também expressá-lo de tal maneira, que a Fé de Abraão foi uma Fé perseverante inteiramente estável, e que a Fé era a base para o seu agir.
Este andar com Deus, permitiu que Abraão ouvisse a voz de Deus, para abandonar tudo. Deus sempre conduziu Abraão de tal maneira, que com ele chegasse a um ponto, onde Abraão tivesse que crer. Assim Abraão percorreu o caminho da Fé. O caminho da Fé resultou no fato, que ele concordou com a direção de Deus. Pelo fato de concordarmos com a direção de Deus, adentramos ao caminho da Fé!
Deus sempre conduziu a Abraão de tal maneira, que o afastava do possível para conduzí-lo ao humanamente impossível. ASSIM ele foi conduzido pelo caminho da Fé.
Agora você consegui ler hebreus 11: 1; de uma forma mais profunda que lhe dá um compreenção melhor sobre "O que é Fé?"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Pela Fé

Pela Fé adquirimos o "status" dos que foram declarados justificados perante Deus. Já não somos somente aquilo que efetivamente somos [neste mundo], mas também, [ainda pela fé], aquilo que "não somos".
A Fé é o predicado cujo sujeito é o homem "novo".
Este homem "novo" é caracterizado pelo "interminavel sofrimento" que é apenas perceptivel como a vacuidade que invade a vida cotidiana e faz com que esse homem novo seja visto por todos, e em toda parte, como negação. E justamente por isso ele, também sempre e em toda parte, dá testamunho deste homem novo.
Visto da parte do mundo, ele poderia ser comparado ao ponto "zero" de uma hipérbole, de onde os ramos afastam até o infinito, e onde se encontram: o começo e o fim.
Não sou "eu" o sujeito desse predicado, pois ele é tudo quanto está além, tudo quanto é radicalmente diferente e até em oposição a mim; no entanto, sou o sujeito dele pela identidade que a Fé estabelece entre mim - o "sujeito" de cá, e o "sujeito" de lá.
O homem "novo" [ e eu também], nasce sob o signo da morte e da ressurreição de Cristo (Rm 4. 25), e no conhecimento de Deus que vivifica os mortos e que fala ao que não é, como já sendo (Rm 4.17); (é por isso que eu, "junto" com o homem "novo") nascemos de cima (Jo 3. 3).
A rigor não serei mais o "mesmo" que sou, mas essa inaudita identidade com o homem "novo" é verdadeira pelo Poder da Palavra de Deus. [Deus fala ao homem "novo", ( a mim ) que ainda não o sou, como já "o sendo"].
Somente sou aquilo que (não!) sou, Pela Fé!

terça-feira, 22 de março de 2011

A Crise da Livre Mordomia da Vida

Cristo é a crise da mordomia da vida; ele dá força aos fortes para a glória de Deus e, também para a glória de Deus, os reconduz aos fracos. Ele é o Cristo de Israel, da Igreja; e por isto, por mais carente que seja o testemunho que, a seu favor, dêem os fracos, esse testemunho não deixa de ter algo de objetivo, algo que diga respeito a alguma verdade sobre Deus. Todavia, ele é também o Cristo dos gentios, o Cristo do mundo; ora, a misericórdia divina descobriu [achou] os fortes quando ainda eram fracos e a misericórdia e a verdade, conjuntamente, mantém juntos Igreja e mundo.
 Quem é forte? Quem é fraco? Aqui está o "Deus da Esperança" à frente, por traz e acima de toda "Crise da Livre Mordomia da Vida". Ao encontro desse Deus, reunindo suas vozes, vão jubilosas todos os que foram achados por sua verdade e sua misericórdia.
Deus vê a fraqueza no FORTE e a força no FRACO e, com seus próprios olhos vê os que participam do bem-aventurado mistério de sua liberdade, de seu Reino, quer estejam no degrau mais alto, quer estejam no mais baixo.
Deus é soberano e livre; é justo, misericordioso e é fiel: Não quebrará a cana trilhada. Quem ousa dizer que não peca? ...Mas o justo viverá pela Fé e ...eu sei que o meu Redentor vive!

Análise Simples da Fé

"Existe uma grande diferença entre se crer com o Coração [Espírito]  e concordar com as informações oriundas de nossos sentidos físicos. A Fé consiste em agarrar as promessas da irrealidade da esperança e trazê-las para a dimenção da realidade. A Fé cresce pela palavra de Deus".
A Fé é o firme fundamento se ela representar o passo eterno para o totalmente invisível, sendo ela, também, invisível.
A Fé será negada [esvaziada, aniquilada] em seu sentido espiritual, por toda situação ou por todo evento visível que a acompanhar; por todo meio temporal, por todo pragmatismo, e por todo e qualquer método que sejam prescristos. A Fé somente vale por Fé se for o passo à frente que vem de Deus e que só Deus torna possível e compreende. A Fé somente terá poder criador quando ela for a luz da luz não gerada; a Fé somente será viva, quando for a vida que vem da morte; a Fé somente será positiva se o ser humano, por ela, for fundamentado na insondabilidade de Deus. Somente então é a Fé imputada por justiça e o homem será destinatário da promessa divina. A Fé é poder criador e esta graça, justamente por estar fundamentada na Fé é, semelhantemente a própria Fé, imponderável, imaterial, invisível aos olhos do mundo e só reconhecível na dialética, isto é, pela busca da verdade e sua aceitação mediante o confronto da própria Fé com a promessa, e vice-versa.
É por isso que afirmo que se a promessa não for recebida pela Fé, jamais será concebida. Sem Fé, a promessa não passará de uma proposição "mítico-esccatológica", semelhante a todas as proposições religiosas que existem por aí.
Não há experiêcia, não há êxtase, não há exorcismo, nem olho, nem ouvidos, nem coração, que possa agarrar a promessa, [retê-la, beneficiar-se dela ou entendê-la] se ela não for assimilada pela Fé.

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A fidelidade de Deus ( em poucas palavras )

A fidelidade de Deus pode ser esquecida, traída, ignorada porém não pode ser suprimida. A oferta de Deus pode encontrar a ingratidão, mas não será retirada.
A bondade de Deus levará o recalcitrante a juízo mas nem por isso deixará de ser bondade.
Deus não se deixa levar pela ação humana; ele não age desta ou daquela maneira porque [ou se] alguns de nós procedemos de uma ou de outra forma. As portas de acesso a Deus não se fecham e, ainda que existam tempos, épocas e regiões onde os homens, mesmo esperando nele, não sintam a graça de Deus em suas vidas materiais, a palavra do Eterno não voltará vazia ( Is 55. 11 ).
Deus fala e, de alguma forma, quiçá no recesso mais íntimo de seus corações, os seus servos ouvem.
"É preciso ficar evidente que Deus é verdadeiro, e todo homem , mentiroso". (Rm 3, 4)

segunda-feira, 21 de março de 2011

A Verdade de Deus

A Verdade desmascara a pretença igualdade do homem a Deus, ela liberta o mundo do círculo vicioso e aponta ao Poder de Deus. Para impedir que sua glória transitoria cesse de pronto, os rebeldes entronizam o seu próprio deus, um ídolo. Não necessariamente de barro ou pedra, refinado ouro ou prata, ou tosca madeira graciosamente lavrada, mas imagens criadas por suas filosofia social, política, humanizante; com sua cultura e sua ciência; filosofias e teologias que trazem Deus ao nível das coisas humanas, materiais e finitas; tornam-no um ser, um ente, inda que sobrenatural, fantástico, acima de todos e de tudo, porém comparável a nós mesmos [pois o homem quer ser igual a Deus] e em vez de apontarem ao verdadeiro Poder de Deus, contemplável nas obras de suas mãos e na ressurreição de Jesus Cristo, apontam a outros poderes, criados ora pela mistificação humana, ora pelo seu gênio, pela sua sagacidade e até pelo seu sério e bem intencionado desejo de servir, de defender, de proclamar a esse deus do mundo que julgam, em seus corações obscurecidos e suas mente vazias, ser o Verdadeiro Deus. Apontam ao "poder de cura", ao "poder do que entendem ser o Espirito Santo de Deus"; ao poder do louvor ainda que seja um louvor enlameado pela sujidade e baixeza dos homens, como se Deus, o verdadeiro Deus, fora subornável por semelhantes processos ou outros quaisquer que se pudessem imaginar ou vir a imaginar.
Os ídolos ideados e manipulados pelo homem, obscurecem e toldam a visão dos que os servem com tão densas trevas a ponto de fazerem desaparecer de vista a exuberante luz que brilha, não ao lado, nem acima, nem mais fulgurante, mas única, absoluta, incomparavel - a Santa Luz de Deus.
Todavia, agimos nesciamente. Fazemos de Deus a nossa luz, não exclusivamente por amarmos essa luz, mas na ânsia de que essa luz, ou luz igual, brilhe em nós, e brilhe não para que também por essa obra os homens louvem a Deus, mas para que sejamos gloriados nela; fazemos de Deus o nosso protetor e guia não porque, genuinamente, queiramos honrá-lo mas porque desejamos ser guiados e protegidos para nosso benefício; ousamos dirigir a ele as nossas súplicas que, na melhor das hipóteses, são bem intencionadas quando não são fúteis, vãs, irrelevantes, egoístas; acercamo-nos do trono de graça, não para adorar mas para suplicar: suplicar pela recompensa, pelo bem estar, pelo privilégio, por "tudo isso e o céu também" - enquanto de passagem, como por desobrigação, balbuciamos umas poucas palavras de gratidão.
Quem porém pode achegar-se a Deus? O grande Deus desconhecido, o Criador do Universo e dos milhares incontáveis mundos e de tudo o que neles habita? Quem sabe o que pedir e como pedir? É por isso que o Espírito, em brados inexpremíveis, intercede por nós. (Rm 8. 26)
Quem há perfeito? Quem santo? Quem puro? Quem digno de comparecer perante de Deus? Mas, glória das glórias! Temos a graça de Deus que nos é mais que suficiente e nos repõe na posição que teve Adão antes de pecar; esta graça é o Poder de Deus, testificado, comprovado, publicado e proclamado pela ressurreição de Cristo. Negue-se pois o homem a si mesmo, tome sua cruz e siga-O, e a salvação raiará em seu coração enchendo-o de luz e sua mente haurirá a sabedoria divina e ele será qual árvore plantada na orla das águas e a seu tempo produzirá os frutos de um espírito reto. (Sl 1. 3)

quinta-feira, 17 de março de 2011

As Marcas Características da Nossa Relação Com Deus

Pretendemos saber o que queremos dizer quando enunciamos a palavra "Deus"! Atribuímos-lhe a posição mais alta de nosso mundo e, em assim fazendo, colocamo-lo, fundamentalmente, na mesma linha em que estamos, nós e as coisas materiais; achamos que Ele "precisa de alguém" e que podemos ordenar as nossas relações com Ele como arranjamos qualquer outro relacionamento. Enfiamo-nos para junto Dele sem maiores reservas e, assim procedendo, o projetamos para nosso nível. Permitimo-nos uma espécie de familiarização com ele e habituando-nos a contar com Ele [para todas as coisas] como se relacionamento com Deus fosse coisa vulgar e não especialíssima, da criatura com o Criador, relacionamento que só Jesus Cristo tornou possível, como nosso mediador, intercessor e advogado, em nome de quem nós nos aproximamos de Deus. Levamos o nosso atrevimento ao ponto de nos arvorarmos em seus familiares, seus benfeitores, seus administradores, seus corretores. Confundimos a "eternidade" com a "temporalidade". Esta é a nossa falta de respeito no relacionamento com Deus.
Secretamente, nesse nosso modo de proceder, somos nós os Senhores. Para nós não se trata de Deus porém das nossas necessidades [de nossos desejos e conveniências pelas quais queremos que Deus se oriente.
Além de tudo isso, a nossa petulância pede ainda que nos seja dado a conhecer um "super-mundo" e que tenhamos acesso a ele. Pedimos uma motivação profunda, um louvor ou uma recompença, vinda do além.
Porfiamos a colocar Deus sobre o trono do mundo quando na realidade estamos entronizando a nós mesmos. "Crendo" nele, estamos apenas preocupados com a nossa justificação, honrando-nos a nós mesmos e tirando proveito próprio. Nossa religiosidade consiste na solene confirmação que fazemos nós mesmos e ao mundo de que, piedosamente, nos poupamos da contradição. Arvoramo-nos em servos fiéis; procuramos promover o reino de Deus sobre a terra, não por amor ao reino mas para ganharmos a recompensa de Deus. Ou então queremos Deus do nosso lado para abençoar e fazer prosperar o nosso negócio ainda que seja a ruína de nosso concorrente; gostamos de religião cômoda, tolerante para com o mundo e tolerável para ele, e classificamos o nosso comodismo como piedade religiosa. Sob todos os sinais de piedade e enternecimento, na realidade, rebelamo-nos contra Deus, confudindo o nosso tempo finito com a eternidade de Deus. Por querermos ser iguais a Deus embalamo-nos em nossas pretenções e ilusões, esquecendo que nossa vida é qual erva que foi num instante e já não é (Sl 103. 15,16); todavia, para o verdadeiro Deus, não há fim como não houve príncipio.
Esta é a nossa rebeldia. É o nosso relacionamento com Deus, estabelecido sem Cristo e fora de Cristo; aquém da ressurreição; antes de sermos chamados à ordem; e o relacionamento no qual, verdadeiramente, não reconhecemos a Deus como Deus, e o que chamamos Deus é, na realidade, o próprio homem. Servimos a este NÃO DEUS para vivermos segundo nossos desejos abafando a conciência com o deus-ídolo, criado a nossa própria imagem.
Os quais "detêm a verdade presa nos grilhões da insubordinação". Esta é a segunda "Característica" [daqueles sobre os quais pairam a ira de Deus; a primeira  é a troca entre a temporalidade e a eterinidade,  ou vice-versa]. Todavia essa segunda característica é cronologicamente mais antiga [quando o homem quis ser igual a Deus. O ser humano perde-se primeiro em si mesmo, presa de sua própria conduta,[retendo a verdade] e depois pela criação e (adoração) do NÃO DEUS.
Ouvimos, primeiro: a profecia: "Sereis como Deus"! Depois perdemos o senso do eterno. Primeiramente sobre-elevamos o homem e, em seguida, menosprezamos a distância que nos sepera de Deus.
O ponto nevrálgico do nosso relacionamento com Deus, fora de Cristo e sem Cristo, é a revolta do escravo. Revoltamo-nos a Deus e nessa rebeldia atribuimos a nós o que só pode ser atribuido a Deus e, conseqüentemente, nada temos acima de nós para atribuirmos a Ele, pois somos para nós mesmos o que Deus deveria ser. Quando [em nosso intímo], secretamente, nos fazemos iguais a Deus, nós nos isolamos dele.
O pequeno Deus que criamos, dispensa, necessariamente, o grande Deus. Por isso os homens aprisionam, encapsulam, a verdade, que é a santidade de Deus que procuram vestir em sim mesmos e assim despojam a seriedade e o alcance dessa santidade, tornando-a vulgar, inócua, inútil; tranformam-na em inverdade. Este desfecho vem à luz pela impiedade dos homens o que [em circulo vicioso] gera novas constantes rebeldias.
Quando o homem se torna seu próprio Deus, precisa criar o ídolo [para representar a sua criação] pois, elevando o ídolo em honra, honrar-se á a si mesmo como o criador da [tão honrada] imagem [e portanto digno de honra ainda mais alta].
Esta é a resistência que nos torna impossível olhar a planície da nova dimenção e nela ver a limitação de nosso mundo e a nossa salvação.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Entre o Escândalo e a Fé.

O Evangelho manifesta a seriedade de sua presença em nossa vida impondo a posição entre o caminho da Fé e o Escândalo. Ou a pessoa aceita o evangelho, crendo nele, ou se escandaliza com a verdade que apresenta, considerando-o absoluta loucura em sua pretenção de ser o único caminho para a redenção, situando-o, quando muito, como uma possibilidade, uma interpretação e quiçá, até uma verdade entre muitas outras alternativas, filosofias, crenças e religiões.
Aquele que não estiver à altura da contradição, que não se conformar com ela, que não estiver pronto a perseverar na esperança de boa nova qual o evangelho apresenta, não quiser esvasiar-se de si mesmo para dar lugar à plenitude de Deus para esse, o evangelho será motivo de escândalo. Todavia, a todos os que não fugirem da evidência da contradição [antes perseverarem na aceitação paradoxal e inaudita, e estiverem prontos para morrer para a vida material ( a fim de ganhar a espiritual ), de se esvaziarem completamente ( para se encher do Espírito Santo ), que nada pretenderem, nem mesmo ousarem desejar herdar a vida terrena ou se locupletar de dons celestiais, que não imaginarem uma transação de vacuidade calculada para dar lugar ao preenchimente que viria qual recompença, os que voltarem suas vistas, sinseramente, para a Cruz e a Ressurreição] para esses tais abrir-se-á o caminho da Fé.
Quem confia em Deus, mesmo, e somente em Deus isto é, quem reconhece a fidelidade de Deus na própria contradição que essa fidelidade impõe e pela qual somos deslocados [somos feitos estrangeiros] da existência e do modo de ser deste mundo, quem corresponde a essa fidelidade divina com a sua fidelidade, quem fica com Deus, a despeito de todos "ainda que" e "apesar de que" [que as contingências da vida possan trazer], este CRÊ!
E o crente encontra no evangelho o "Poder de Deus" para salvação, os raios percusores da eterna bem-aventurança, e o ânimo de colocar-se em guarda, de sentinela!
Mas o encontro, a descoberta, do Poder de Deus, exige a escolha livre e continua, de cada instante, entre o "Escâncalo e a Fé". Todavia, no que concerne a Fé, o calor da descoberta, a punjança da convicção, o grau de entendimento e a cultura alcançada são mera roupagem [de ocorrêcias] deste lado [de aquém ressurreição] e por isso marcos irrelevante do fenômeno.
É por isso que a Fé não é, jamais, idêntica à "religiosidade" ainda que esta seja a mais fina, a mais pura, pois a religiosidade é um marco da Fé, e como tal anula as outra realidades do mundo e junto com estas, notoriamente, a si mesma. A Fé, porém, vive por si própria, porque vive de Deus!
À Fé revela-se o que Deus revela por sua fidelidade. Aqueles que precindiram da comunicação direta, recebem-na; àqueles que ousam arriscar-se com Deus [que entrega a própria sorte em suas mãos, sem indagar sobre a natureza de Deus] fala Deus como ele é; aos que tomam sobre si o fardo do divino NÃO, ele suporta com o divino SIM, que é infinitamente maior. Os que sofrem a contradição, sem dela fugir, são sobrecarregados, mas aliviados; aqueles que perseveram na esperança, nela mesmo reconhecem que estão autorizados a tê-la: que podem esperar pela fidelidade de Deus.
Neles cumpre-se a profecia: "O justo viverá pela fidelidade". (Hb. 2. 4).
A Fé, pela parte do homem, é a adoração que este NÃO divino aceita [pois sem Fé é impossível agradar a Deus]; a Fé é a fonte que promove no homem a vontade de esvasiar-se; a Fé é a comovida persistência na negação expressa pelo NÃO divino e, conseqüentemente na negação a si mesmo como está escrito: "Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me". (Mc 8.34).
Onde a fidelidade de Deus encontra essa Fé, aí se revela a sua justiça. E o justo viverá!

terça-feira, 15 de março de 2011

Eu Não Me Envergonho do Evangelho.

O Evangelho não precisa ir em busca de polêmica com as religiões e filosofias do mundo, nem tão pouco temê-las ou fugir delas. O Evangelho persiste e subsiste por si, como a mensagem que vem da linha de intercessão do plano deste mundo como plano do mundo espiritual, desconhecido para alguns de nós. O Evangelho não entra em concorrência com quaisquer teorias ou outras elucubrações e deduções que a ciência, a sabedoria ou cultura possam haver encontrado ou ainda venham a encontrar mesmo que sejam transcendentais e oriundas do mais elevado círculo do saber humano pois o evangelho não é uma verdade ao lado de outras verdades mas é A Verdade de questiona , [afere], todas as demais verdades "Rm 3. 4;". O Evangelho é dobradiça e não folha de porta.
O Evangelho não precisa de ser defendido nem suportado ou carregado: É ele que defende e suporta aos que o proclamam.
O Evangelho é o "Poder de Deus", é a sua virtude, é a sua revelação e o conhecimento desse Poder, é a sua excelente supremacia confirmada por obras perante todos os deuses, é o milagre dos milagres pelo qual Deus dá-se a conhecer como aquele "que é o que é" [ Ex. 34. 20], isto é, o Deus desconhecido que habita em auréola de luz, em páramos inacessíveis ao homem - O Santo, O Cristo, O Redentor. " Aquele que sem o conhecerdes o tendes honrado, este vos anuncio". (Atos 17. 23)